BLOG

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O brincar é da natureza da criança, ela nasce querendo brincar, nos primeiros meses de vida ele brinca com suas mãos, depois descobre seus pés, ela interage com ela mesma nas brincadeiras e depois começa a interagir com os que estão a sua volta. O brincar oportuniza para as crianças infinitas possibilidades de criar e recriar personagens, muitas vezes representando o mundo adulto e se preparando para a vida. Para Kishimoto (2001, p. 27), citando Fromberg:
[…] o jogo infantil inclui as seguintes características: simbolismo, ao representar a realidade e atitudes; significação, uma vez que permite relacionar ou expressar experiências; atividade, ao permitir que a criança faça coisas; voluntário ou intrinsicamente motivado, ao incorporar seus motivos de interesse; regrado, de modo implícito ou explicito; e episódico, caracterizado por metas desenvolvidas espontaneamente.
Com isso a criança tem a oportunidade de mergulhar em um universo do faz-de-conta, vivenciar e experienciar oportunidades de aprendizagem misturada com a alegria do brincar. Isso faz com que a criança passe por processos de simbolização e representação através de jogos simbólicos, levando-a ao pensamento abstrato.
Um dos documentos que norteiam essa fundamentação é a BNCC (Base Nacional Comum Curricular, 2017) ela concebe o brincar como:
Brincar cotidianamente de diversas formas, em diversos espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais (p.36).
Quando a criança brinca ela tem a oportunidade de assimilar o mundo a sua maneira, sem compromisso com a realidade, com isso, ela atribui vida aos objetos, isso favorece o processo de aprendizagem, pois ela cria personagens, histórias, interage com outras crianças atribuindo a elas personagens, transcendendo emoções, situações de conflito, inseguranças, tristezas, medos..
Conforme Piaget (1978) e Vygotsky (2007) o brincar assume um lugar de visibilidade, interage e reduz a relação entre desenvolvimento e aprendizagem, resultando diretamente no contexto educacional.
Estudiosos como Piaget e Vygotsky citados acima falam acerca da importância do brincar, eles trazem a brincadeira como a capacidade de imaginar, de fazer planos, da apropriação de novos conhecimentos a partir do lúdico. Já Wallon (2007) define que toda atividade não imposta a criança pode ser considerada lúdica, e ainda completa afirmando que o brincar e conhecer o corpo é uma oportunidade da primeira comunicação personalidade, não com o meio físico, mas sim com o meio social, ou seja, através da troca de informações é que ela estabelece múltiplas experiências.
Sabemos que o brincar favorece a socialização, fazendo com que a criança perceba a si e ao outro, desenvolva habilidades motoras, cognitivas, afetivas, sociais e emocionais, dessa forma o lúdico precisa acompanhar a criança o que permite melhores condições em seu desenvolvimento
Concluímos, portanto, que o brincar não é apenas um passa tempo, mas sim um caminho ao qual a criança trilha para a construção do eu, através do lúdico e com uma pitada generosa de afetividade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/imagens/BNCC/publicação.pdf. Acesso em: 24 nov. 2022
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. In: KISHIMOTO, M T. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 5. Ed. São Paulo: Cortez, 2001. C. I. p. 13-43.
PIAGET, Jean. A Formação do Símbolo na Criança. Rio De Janeiro: Zahar, 1975
VYGOTSTY, L.S. A Formação Social da Mente. 6ª ed. São Paulo, SP. Martins Fontes Editora LTDA, 1998
WALLON, Henry. A Evolução Psicológica da Criança. São Paulo, Martins Fontes, 2007